A Construção da Democracia
Para aqueles que viveram os anos difíceis do Regime Militar de 64, é extremamente preocupante o atual discurso que começa a se instalar na classe média esclarecida e na opinião pública em geral: o de que o Brasil não tem tradição partidária. Tentam passar uma opinião de que os políticos, em sua maioria, são volúveis (e são!) criando a impressão de que, com raras exceções, (os partidos ideológicos de esquerda) os partidos políticos estão fadados à ineficácia e a desempenharem um papel muito aquém da sua importante missão em um processo político democrático.
Na verdade é necessário, antes de tudo, separar os membros que compõem uma instituição como o poder legislativo, da própria entidade em si. Os homens que fazem à política têm sua participação no processo político de forma transitória, ou seja, o povo os elege, o povo pode substituí-los. A instituição pelo contrário, deve ser vista como uma entidade perene que deve existir ao longo da história de uma nação que se pretende democrática. Quanto mais sólida e eficaz, mais estabilidade e equilíbrio político, econômico e principalmente social, uma nação poderá construir. (continua ...)
João Rego é psicanalista, mestre em ciência política, membro do Traço Freudiano Veredas Lacanianas Escola de Psicanálise.
web site: www.psicanalise.org